Em 1964, Maria Bethânia e músicos iniciantes como seu irmão Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Tom Zé montaram o espetáculo Nós Por Exemplo, em Salvador. Bethânia tinha apenas 19 anos quando recebeu de Augusto Boal um convite para substituir Nara Leão no antológico espetáculo Opinião, no Rio de Janeiro. Logo na primeira apresentação, a baiana arrebatou a platéia carioca interpretando Carcará, de João do Vale e José Cândido. No mesmo ano gravou seus primeiros discos e, pouco depois, foi chamada de Abelha Rainha da MPB.
Maria Bethânia já lançou mais de 30 discos, tendo dividido alguns com grandes nomes da MPB, como Edu Lobo, Chico Buarque e os Doces Bárbaros (Caetano, Gil e Gal Costa). Desde o início de sua carreira até os dias de hoje, sua marca é sempre lembrada por profissionalismo, apuro e integridade musical.
Os anos 2000 foram particularmente criativos para esta incansável artista, pois foi marcado por grandes concertos e encontros musicais. Ela se apresentou ao lado do tenor italiano Luciano Pavarotti, em Salvador (Bahia), fez um espetáculo com Caetano Veloso no Pavilhão Atlântico em Lisboa (Portugal), e na noite de 31 de dezembro diante de mais de 200.000 pessoas fez um show com Gilberto Gil no Farol da Barra (Bahia/Salvador).
Maria Bethânia comemorou 35 anos de carreira em 2001, completados na verdade em 2000, (a data oficial de sua estréia profissional é 13 de Fevereiro de 1965, o dia exato em que subiu ao palco no show Opinião no Rio substituindo Nara Leão). E em dose dupla: o show de lançamento do novo álbum Maricotinha reuniria no dia 04 de Setembro no palco do Canecão, Rio de Janeiro, uma constelação de grandes nomes da MPB, como Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil, prestando sua homenagem à diva.
Em 2002, Maria Bethânia surpreendeu ao lançar Maricotinha ao vivo pela gravadora independente Biscoito Fino. O sucesso alcançado pelo álbum duplo, que vendeu mais de 100 mil cópias, mostrou que ela não estava errada.
Em 2003, Bethânia reafirmou sua independência. Inaugurando seu selo Quitanda dentro da Biscoito Fino, em parceria com Kati Almeida Braga, pelo qual lançou o CD Brasileirinho. Ela classificou o disco como um release, que mostraria o panorama de sua nova empreitada fonográfica. No entanto, Brasileirinho parece ter superado as expectativas, conquistando crítica e público. Com participações especiais de Miúcha, Nana Caymmi, do grupo Tira Poeira, formado por cariocas, gaúchos e catarinenses, e do grupo experimental mineiro Uakti, o disco viaja pelos diversos brasis do interior.
Quase como continuação de Brasileirinho, Bethânia produziu, neste mesmo ano, a homenagem Namorando a Rosa, para a violonista Rosinha de Valença, que teve grande participação em sua carreira.
Em 2005, outra homenagem, desta vez mais pessoal, ao poeta Vinicius de Moraes, no disco Que Falta Você me Faz. São 15 faixas nas quais Bethânia interpreta parcerias do "poetinha" com Antonio Carlos Jobim, Garoto, Chico Buarque, Carlos Lyra, Baden Powell, Toquinho, Adoniran Barbosa, Jards Macalé, além de uma versão de Caetano Veloso para Nature Boy (Eden Ahbez) e de um antigo registro de voz de Vinicius, recuperado por ela. Neste mesmo ano, lança o DVD do show Tempo, Tempo, Tempo, Tempo. Já em 2006, o selo Quitanda apresenta o documentário Música é Perfume, um documentário de Georges Gachot que mapeia o processo criativo da cantora.
Dentro do mar tem rio, e dentro da cultura popular brasileira tem, a incansável e talentosamente, Maria Bethânia. Foi assim em 2006, ano em que completou 60 anos de idade, que a intérprete, já consagrada diversas vezes, foi sucesso absoluto e reconhecido. Foi a grande vencedora da 4° Edição do Prêmio TIM de Música, evento que homenageou Jair Rodrigues, realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Faturou três categorias: Melhor Cantora de MPB, Melhor Disco de MPB (Que Falta Você Me Faz/Biscoito Fino, produzido por Moogie Canazio) e Melhor DVD (Tempo, Tempo, Tempo/ Biscoito Fino).
Foi neste ano também que Maria Bethânia lançou simultaneamente dois discos que têm a água e a poesia como os fios condutores. Mar de Sophia (Biscoito Fino), inspirado na poeta portuguesa Sophia de Mello Breyner, traz uma visão feminina sobre o mar, seus símbolos e a relação histórica com Portugal. Em Pirata (Quitanda), ela interpreta o universo folclórico e afetivo das águas dos rios e cachoeiras da própria infância na terra natal, Santo Amaro da Purificação.
Em novembro, a baiana iniciou a apresentação do show Dentro do Mar Tem Rio, no qual interpretava as canções dos dois discos. A turnê fez tanto sucesso que se estendeu ao longo de todo o ano de 2007, desaguando sua música em vários estados do Brasil, além de Portugal, Espanha, Chile e Suíça, onde inaugurou uma nova sala dentro do tradicional Festival de Jazz de Montreux.
Neste mesmo ano, Bethânia repete a dose de 2006 e leva novamente o Prêmio Tim de Música, dessa vez como Melhor Cantora de MPB e Melhor Disco (Mar de Sophia/Biscoito Fino). Outros dois prêmios podem ser associados ao nome dela: Melhor Projeto Visual (Gringo Cardia, por Pirata) e Melhor Canção (Beira- Mar, de Roberto Mendes e Capinam).
O ano de 2008 começa e, já em fevereiro, lança com a cantora cubana Omara Portuondo, ex-integrante do lendário grupo Buena Vista Social Clube, o CD Omara Portuondo e Maria Bethânia (Biscoito Fino), com edição especial que agrega um DVD documentário dos bastidores das gravações. Jaime Alem e Swami Jr., maestros respectivamente de Bethânia e Omara, assinam a produção musical.
Na seqüência, vem a turnê: juntas, Omara e Bethânia estréiam em março no Rio de Janeiro, depois seguem para São Paulo, Belo Horizonte, Maceió, Olinda, Distrito Federal, Aracajú, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e, em junho, Chile e Argentina.
O ano é fechado com chave de ouro: Maria Bethânia é escolhida Melhor Cantora pelo Prêmio Shell de Música 2008. A conquista agrega à carreira brilhante outro pioneirismo, a de ser a primeira intérprete a faturar o prêmio. Até 2007, a premiação só agraciava compositores.
No final de 2009 lança dois CDs só com músicas inéditas, batizados de Tua (Biscoito Fino) e Encanteria (Quitanda), que originou o show Amor, Festa, Devoção que, além de rodar o Brasil inteiro, apresentou em Londres, Portugal e Buenos Aires no ano de 2010.
Pelo disco Encanteria, Bethânia recebeu o Prêmio de Música Brasileira de 2010 como Melhor Cantora de MPB e Melhor Disco de MPB (Encanteria). A canção Feita na Bahia, composta por Roque Ferreira e gravada pela intérprete no mesmo álbum, levou o troféu de Melhor Canção. Destaque entre os brasileiros indicados ao Grammy Latino 2010 nas categorias gerais, junto com artistas internacionais, Maria Bethânia levou seu primeiro prêmio na categoria dedicada exclusivamente aos brasileiros. O troféu – entregue durante a pré-cerimônia do evento no hotel Mandalay Bay, de Las Veja – foi para melhor canção em língua portuguesa por Tua, composição de Adriana Calcanhoto e interpretada pela baiana no disco de mesmo nome.
E a incansável Bethânia não sossega nunca. No final de 2010 lançou, pelo seu selo Quitanda, o CD Capoeira de Besouro, de Paulo César Pinheiro – um dos mais criativos compositores brasileiros – com canções de jogo de capoeira que ele escreveu pra o musical Besouro Cordão-de-Ouro. Nesta mesma época, lança também, pela Biscoito Fino, o CD duplo e o DVD com o registro de seu último show Amor, Festa, Devoção (também em blu-ray, o primeiro da gravadora). Durante todo o ano de 2011 viajou para fora do Brasil: Portugal, Marrocos e EUA, levando este novo trabalho para além das nossas fronteiras. Já no final de 2011 foi convidada por Monique Gardenberg para fazer parte de um projeto para o Banco do Brasil, e viajou por diversas cidades brasileiras com o show em homenagem a obra do grande compositor brasileiro: Chico Buarque de Holanda.
Serviço
Maria Bethânia
Auditório Master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães - SDC Eixo Monumental, Lote 05
08 de março, às 21h
Entrada franca. Retirada de ingressos a partir das 9h do dia 8, no foyer da Sala Villa-Lobos, no Teatro Nacional
Categoria: Música Data: 05.03.2012 Local: Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário