Spok


Inaldo Cavalcante de Albuquerque, o Spok, é natural de Igarassú, Pernambuco, e começou sua trajetória na música aos 13 anos, estudando saxofone. Em 1986 foi morar em Recife e matriculou-se no Centro Profissionalizante de Criatividade Musical.

A partir daí passou a trabalhar com grandes mestres da música pernambucana, e há mais de quinze anos divide sua agenda como instrumentista, arranjador e diretor musical da SpokFrevo Orquestra, e como músico convidado em participações especiais nas bandas de grandes artistas brasileiros como Fagner, Elba Ramalho, Alceu Valença e Antônio Nóbrega.

Já realizou duas vezes o espetáculo "A História do Frevo" com a Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo. Montou este mesmo show com a Orquestra Petrobrás e o maestro Wagner Tiso no Canecão (Rio de Janeiro) e com a Orquestra Sinfônica do Instituto Bacarelli, também com o maestro Wagner Tiso. E em três ocasiões tocou "A História do Frevo" com a Orquestra Sinfônica do Recife, no Teatro de Santa Isabel.

No ano de 2009, pela terceira vez consecutiva Spok comandou a apoteose de encerramento do carnaval de Recife. Formou o Orquestrão Multicultural com mais de 170 músicos e participações de outros 10 renomados maestros do frevo. Cantores como Lenine, Alceu Valença, Claudionor Germano, Lula Queiroga, Elba Ramalho, Antonio Nóbrega, Moraes Moreira, Silvério Pessoa, Maria Rita, Luis Melodia, Roberta Sá, Pedro Luis, Zé Renato e Gal Costa, além do saxofonista Leo Gandelman, subiram ao palco e prestaram grande homenagem ao frevo.

SpokFrevo Orquestra bebe no frevo, música vibrante, de arranjos elaborados e raízes firmes, inquestionáveis. Leva a tradição para o palco, mas não abre mão da liberdade. Inspira-se no legado jazzístico fundamental, o improviso. Surgiu no Recife, em 2003, de experiências que remontam ao fim da década de noventa, sob a batuta de Inaldo Cavalcante de Albuquerque, o maestro Spok, que acumula as funções de saxofonista, arranjador e diretor musical. Spok atua à frente dos 16 músicos que compõem o grupo, uma big band de fato, com seus naipes de saxofones, trombones, trompetes, além de guitarra, contrabaixo, bateria e percussão.

A Orquestra empreende uma cruzada que vai além de controvérsias estéticas. Historicamente, em Pernambuco, onde o frevo tem seu berço, já centenário, vínculos carnavalescos circunscrevem o gênero à rua, à dança e à festa. Seus atributos originais, sua sofisticação e complexidade de execução justificam, todavia, o propósito maior da SpokFrevo Orquestra: arrancar o frevo do seu papel coadjuvante e levá-lo ao palco, como ator principal. Para tanto, é preciso romper paradigmas, seguir inventando a tradição sem subvertê-la. A chave da questão são a excelência musical e o conhecimento de causa. Vencidas as resistências, a SpokFrevo conquistou seu espaço em um duplo movimento, que garante à Orquestra presença constante nos principais festivais e palcos da música instrumental do Brasil e da Europa, e ao frevo seu devido reconhecimento como gênero singular e versátil o bastante para ser executado durante o ano todo, transcendendo a folia e o passo.

Hoje, a ousadia da SpokFrevo, por vezes mal-vista entre os puristas, é reconhecida pela crítica, que enxerga sua proposta musical como precursora de uma nova escola. Tárik de Souza, em sua coluna no Jornal do Brasil de 17 de julho de 2009, atesta que chegou "a vez do frevo-jazz", apontando a SpokFrevo como uma "big band que amalgamou frevo e jazz de forma incandescente". Em 2005, o jornal O Globo elegeu a apresentação no TIM Festival como um dos dez melhores shows que passaram pelo Rio de Janeiro naquele ano. Ainda em 2003, após apresentação no V Mercado Cultural, em Salvador, o escritor, saxofonista e jazzófilo Luís Fernando Veríssimo registrava: "A poderosa orquestra SpokFrevo passa de Vassourinhas a Chico Science sem deixar cair uma nota".

A partir de concertos memoráveis em palcos brasileiros, como no Cascavel Jazz Festival (2003), no TIM Festival (Rio de Janeiro e São Paulo), ou na cerimônia de encerramento dos Jogos Panamericanos, no Rio de Janeiro, a SpokFrevo ganhou impulso para vôos mais altos. A primeira grande turnê européia, em 2008, veio comprovar o vigor e a universalidade da sua música. Durante a excursão por seis países europeus, o grupo foi convidado a se apresentar no palácio presidencial francês, para o encerramento das comemorações do Dia da Música (Fête de la Musique). A SpokFrevo fechou a programação do Palais de l'Élysée, a residência oficial do presidente Nicolas Sarkozy, que prestigiou as apresentações ao lado da primeira-dama, Carla Bruni. Desde então a SpokFrevo tem sido presença assídua no circuito europeu de festivais. Já esteve em 15 diferentes países da Europa, Ásia e África. Realizou concertos em palcos célebres, como New Morning, Roskilde, Montreux, Barbican, Pori Jazz, Womex, entre outros, sempre apresentando o frevo como arte e linguagem musical única, inserindo-o com propriedade nos universos do jazz e da world music.

Na história do grupo, o ano de 2003 marca uma virada. Das experiências sob o nome Banda Pernambucana e Orquestra de Frevo do Recife, surge a SpokFrevo Orquestra, num batismo de Wellington Lima, desde então seu agente e produtor, a convite e em parceria com o produtor musical Zé da Flauta, envolvido com o projeto a partir 2001. A estréia em disco veio em 2004, com Passo de Anjo, lançado de maneira independente. No repertório, clássicos do gênero e composições recentes mostram que o frevo é fonte inesgotável. De Levino Ferreira, considerado o maior compositor de frevos-de-rua, a Orquestra toca Lágrima de Folião, e Mexe com Tudo, esta gravada por Pixinguinha nos anos 40. De Sivuca, expressão da música brasileira e universal, Frevo Sanfonado prova que o frevo sempre esteve no repertório dos sanfoneiros. Entre os mestres do gênero, a Orquestra interpreta Clóvis Pereira (Ponta de Lança), Maestro Duda (Nino, o pernambuquinho), e Édson Rodrigues (Frevo Aberto). De safra mais recente, Passo de Anjo – do próprio Spok, em parceria com João Lyra – virou a assinatura sonora do grupo.

O CD Passo de Anjo transformou-se no cartão de visitas da SpokFrevo Orquestra, sendo escolhido pelo jornal O Estado de São Paulo como um dos três melhores lançamentos de 2004. O disco mereceu relançamento em 2006, desta vez pelo selo Biscoito Fino, que no ano seguinte também lançou o DVD e o CD Passo de Anjo - Ao Vivo, gravados no Teatro de Santa Isabel, no Recife, com pequenas mudanças no repertório e as participações especiais de Armandinho (guitarra baiana), Genaro (sanfona, ex-Trio Nordestino) e Leo Gandelman (saxofone alto). Em 2009, o CD Passo de Anjo – Ao Vivo conquistou o Prêmio da Música Brasileira como melhor disco instrumental do ano, enquanto a Orquestra venceu como melhor grupo na categoria instrumental.

No Clube do Choro de Brasília, Spok será acompanhado por José Hélio da Silva (baixo), Adelson Pereira da Silva (bateria), Renato Bandeira da Silva (guitarra) e João Roberto Santana Alves (acordeon).

Serviço
Spok
Clube do Choro - SDC, Bloco G, Eixo Monumental. Fone: (61) 3224-0599
De 16 a 18 de maio, às 21
Entrada: R$20,00 (inteira) e R$10,00 (meia)
Classificação 14 anos


Categoria: Música Data: 15.06.2012 Local: Clube do Choro

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